Mal clareia o dia o sertanejo,
Pega a enxada e vai em sua labuta ,
Para tirar da terra, o pão de cada dia,
Para matar a fome; dos amados no dia.
O sertanejo há muito não se descansa,
Ao levantar da cama, ainda quase noite,
Seu corpo ainda dói, do mal descanso,
Mas quem não trabalha, não come.
Toma seu café, sem grande curiosidade,
E pega na luta, e rasga a terra, e corta o mato,
Com os pés rachado, da terra seca,
Luta sempre em seu dia, sem muita paz.
Plantar os mantimentos, com seus braços fortes,
E com seu jeito, ajeita a terra para tudo plantar,
E, ora ao infinito pai; para a terra molhar,
E não faltar chuva, no tempo de plantar.
É só acreditar para chuva não faltar,
Para a colheita germinar, e logo brotar,
E os ramos começar a crescer,
E o verde nunca amarelar.
A sua luta nunca termina,
Tem muita fé, e resignação,
O pobre sertanejo jamais descrê,
Que a luta sempre há de vencer.
ValBorges.
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