Quantas vezes em criança sonhei com uma boneca.
E nunca veio, via minha irmã mais nova ganhou; porque tinha bronquite era doente tinha que ganhar, eu não sentia excluída do mundo. Minha vo ficava com do; e fazia boneca de pano para mim e eu brincava com aquelas bonecas, e fazia também boneca de sabuco de milho. Eu e minha prima Lindinha fazia casinha no mato no lote de lado mas não tinha muro, era área comum e minha vo; ia no folheiro e pegava as latas e mandava por cabo e fazia copo e panelinhas para brincar de casinha.
E nossas bonecas de pano eram nossas filhas.
Minha vo era nossa rainha; agente pegava os lençóis dela : feito de saco de farinha de trigo ela comprava imendava e fazia os lençóis.
Era muito pobre mas tinha felicidades, a única pendências seria minha irmã em ser melhor que eu, para minha mãe.
Infância Feliz subia nas árvores, brincava no corrego; e a tarde com as crianças na rua de roda pique e outros. Eu achava nas encruzilhadas perto por ali, macumba; eu ia jogava as comidas fora e pegava as gamelas e vendia ganhava dinheiro e comprava comidinha para fazer cozinhadinha. Nunca aquilo me prejudicou era criança sem maldades. Com o pouco dinheiro das vendas também comprava picolé de groselha e pirulito; ummm como era bom.
Vida de criança pobre antigamente era felicidade , fazia curral na lama com os coros , carros com loberas; frutas prediletas era do mato; veludo, inga goiaba do campo gabiroba e outros tantos. ...
Vida que não mais existe.
Saudades foi que ficou; ser pobre e ser feliz, o pouco era bem acolhida como muito.
Valborges. Yhwh. Deus é tudo.
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