Vida na roça.
Sou mulher da roça, não sei quase nem falar,
tenho as mãos calejadas, da labuta de tanto trabalhar.
Meus pés sangram a rachadura aberta, e dores não faltar.
Porque sapatos não há, só sandálias, rasteiras a puxar.
A pele queimada e ressecada, só gordura a passar,
e o sol forte arde na pele de queimar.
Água só no poço bem fundo a tirar, com balde em corda,
sempre a puxar, e as dores nas costas e na mãos a calejar,
e na cabeça para dentro,a levar, para o consumo obter.
No frio não tem dele correr, a não ser; lenha no fugão,
para o espaço esquentar, e o café no bule a beber.
Sempre na roça com a enxada em mãos, a terra a cortar,
e os grãos enterrar penetrar na terra,
para a semente germinar, na colheita a fome sasse ar.
E na colheita, os amigos a ajudar em mutirão trabalhar,
reunidos em amizade compartilhar, em festa a cantar.
A noite só a lua e as estrelas, a clarear, e grilos musica a soar.
E no escuro um quarto, a descansar.
Na manhã bem cedo, todos a levantar,antes do sol raia.
E musicas lindas de todos animais a animar, em cantarola,
e barulho sem parar. E a família a levantar e o rosto lavar.
e todos no fugão a acomodar, para leite e café tomar.
No amanhecer, felicidades a conter, na benção aos pais,
a consagrar. E muitos animais a cantarolar, cada um,
em seu lugar a escolher.
Aqui pode acreditar, a felicidade a morar, com família,
de tudo em dores e felicidades só agradecer,
e o companheiro filhos a respeitar.
Quem aqui residir. histórias alegres só tem a contar.
ValBorges.
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